segunda-feira, 29 de junho de 2009

Análise a "O Maior Português de Sempre - António de Oliveira Salazar"

Em primeiro lugar, considero importante explicar que, apesar deste documentário procurar "defender" Salazar, não deixa de ser um importante instrumento de estudo, dado o rigor e profundidade que apresenta.

Com este documentário, ficam, desde já, evidenciados alguns dos aspectos positivos alegados pelos seus "defensores":
- a política externa do Estado Novo, nos anos 30, 40 e 50 do século XX, em prol dos interesses nacionais;
- a política interna do Estado Novo, principalmente na área de Economia e Finanças, promotora do controlo orçamental e do desenvolvimento económico, mas também de apaziguamento social, dado que conseguiu ter o apoio da esmagadora maioria da população;
- o exercício do poder "pela Pátria", sem interesses obscuros.


Podemos, também, apresentar algumas características irrefutáveis:
- o nacionalismo autoritário e conservador;
- o antiparlamentarismo ou antipartidarismo;
- o anticomunismo, bem patente em diversas passagens do documentário, nomeadamente quando se refere à "ditadura de rua" numa clara alusão à luta de classes promovida pelo modelo político comunista;
- a tentativa de manutenção do Império Colonial a tudo o custo.


Por outro lado, penso que ficaram por explorar outras matérias:
- a «abertura política» do regime, na segunda metade da década de 40 e a campanha eleitoral para as presidenciais (1958), em que sobressai a figura de Humberto Delgado;
- a relação de cumplicidade entre Estado (Salazar) e Igreja (Cardeal Cerejeira);
- o «direito histórico» que Portugal detinha sobre as colónias, argumento utilizado para defender a administração sobre as Províncias Ultramarinas e refutado por ONU, E.U.A. e U.R.S.S.;

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