Confrontados com os resultados apresentados...
1.º lugar - António de Oliveira Salazar - 41% dos votos
2.º lugar - Álvaro Cunhal - 19,1% dos votos
... seguiram-se as seguintes reacções:
- a ex-deputada comunista Odete Santos, "defensora" de Cunhal, considerou, de imediato, que estávamos perante uma "apologia ao Fascismo" por parte da RTP. De acordo com a própria, este programa da estação pública de televisão resultaria, aliás, "no branqueamento do fascismo". Visivelmente indignada com o resultado, não deixou de considerar, porém, que "Isto (o resultado) são os sinais dos tempos. A nível mundial, eles são muito maus e são no sentido da direita e se, um dia lá poderem chegar, do fascismo, porque o capitalismo aproveita todos os regimes, menos um: o comunismo". De seguida, lamentou a escolha de uma pessoa "que advogou a pobreza para o país", recordando que "o povo (no tempo de Salazar) vivia às candeias (...) o povo sofria de analfabetismo, porque, para Salazar, um povo culto era ingovernável, a frase é dele." Concluiu, afirmando que "é pena que isto tenha acontecido, mas o mundo não terminou e o fascismo não levará por diante".
- o professor universitário e escritor Jaime Nogueira Pinto, defensor de Salazar, desvalorizou o facto, afirmando que se trata "essencialmente de um concurso". Explicou, também, que o facto de ter aceite o convite se prende com a necessidade de desmistificar alguns factos do século XX que estão "muito mal contados".
De acordo com o jornal Sol, foram sobretudo os jovens e os reformados que votaram em Salazar, como forma de protesto em relação ao actual momento económico-social do país.
No meu entender, para explicar o resultado deste concurso, devemos atender aos seguintes factos:
- em primeiro lugar, a votação apresentada corresponde à posição de uma fracção da população, não devendo, por isso, ser considerada representativa da opinião dos portugueses;
- em segundo lugar, e dada a larga distância entre 1.º e 2.º classificado, houve, certamente, uma forte mobilização dos portugueses "defensores" de Salazar em torno deste programa;
- em terceiro lugar, muitos dos votos a favor de Salazar são, de facto, um sinal de protesto em relação ao actual momento do país e à necessidade de "cumprir Abril".
- o professor universitário e escritor Jaime Nogueira Pinto, defensor de Salazar, desvalorizou o facto, afirmando que se trata "essencialmente de um concurso". Explicou, também, que o facto de ter aceite o convite se prende com a necessidade de desmistificar alguns factos do século XX que estão "muito mal contados".
De acordo com o jornal Sol, foram sobretudo os jovens e os reformados que votaram em Salazar, como forma de protesto em relação ao actual momento económico-social do país.
No meu entender, para explicar o resultado deste concurso, devemos atender aos seguintes factos:
- em primeiro lugar, a votação apresentada corresponde à posição de uma fracção da população, não devendo, por isso, ser considerada representativa da opinião dos portugueses;
- em segundo lugar, e dada a larga distância entre 1.º e 2.º classificado, houve, certamente, uma forte mobilização dos portugueses "defensores" de Salazar em torno deste programa;
- em terceiro lugar, muitos dos votos a favor de Salazar são, de facto, um sinal de protesto em relação ao actual momento do país e à necessidade de "cumprir Abril".